Pe. Francisco Reinisch
Data de Nascimento: 01/02/1903
Data de Falecimento: 21/08/1942
Pater-Franz-Reinisch No Lema do Padre Franz Reinich
O processo de beatificação foi aberto em maio de 2013.
Em 28 de junho de 2019 concluiu-se a fase diocesana do processo de
beatificação do Pe. Franz.
“Nossa fé em Cristo e Maria permanece inabalável como as montanhas da
pátria”
Ideal Pessoal: Viver e morrer como ardoroso Apóstolo de Schoenstatt
Em outubro de 1923,
depois de passar um tempo na Alemanha, voltou para a Universidade de Innsbrück
e em lugar de Direito, fazia agora Filosofia escolástica e introdução à
Teologia, já pensando em seguir a vida sacerdotal. Novos mundos, novos
horizontes, abriam-se diante de seus olhos.
Em 1923 decide
tornar-se sacerdote.
No dia 29 de junho de
1928 foi ordenado padre em Innsbrück e em 8 de dezembro de 1930 ingressa na
Sociedade dos Padres Palotinos.
A 3 de Novembro de
1928 ingressa na comunidade dos padres palotinos da
Áustria. Entra em contacto com Schoenstatt que responde aos anseios do
seu coração e o ajuda a descobrir o seu ideal pessoal: "Como um apóstolo
que arde de amor por Schoenstatt, viver e morrer!"
Em 1933 começou
propriamente a sua movimentada e rica vida sacerdotal. Era o ano da chegada de
Hitler ao poder. Nesse período chega, às suas mãos, alguns exemplares da
revista eclesiástica “Sal terrae”, que continha artigos e conferências sobre a
Aliança de Amor em Schoenstatt.
Pensou consigo:
“Finalmente encontrei o que há tempo procurava”.
Devorava toda a
literatura schoenstattiana que consegui.
E seu único desejo
naquele momento era poder visitar o Santuário da MTA” em Schoenstatt.
Em agosto de 1934,
porém, conseguiu realizar seu desejo.
Sua visita a
Schoenstatt coincidiu com um acontecimento: alguns alunos do seminário tinham
feito uma peregrinação à França, a fim de buscar os restos mortais de João
Wormer e Max Brunner, dois seminaristas da primeira geração de Schoenstatt,
mortos na guerra de 1914, para enterrá-los junto ao Santuário. Foi a procura de
Conhecer a vida desses dois jovens despertou em Pe. Reinisch o anseio de
imitá-los na sua doação à MTA.
Em 1938 passa a
trabalhar em colaboração com o Pe. Kentenich e dedica-se a trabalhar pelos ideias
dos homens , trabalha com a Liga dos Homens de Schoenstatt e dedica grande
esforço para a vida do crescente Movimento.
Entretanto, a
conjuntura política inspirava preocupações cada vez maiores. Como austríaco,
Pe. Reinisch sentia-se na mira da Gestapo (polícia secreta nazista); seus
passos eram vigiados e ele era visto como uma ameaça ao governo de Hitler.
Em 1941 foi convocado
oficialmente, por duas vezes, para alistar-se no exército nazista.
A 1 de Março de 1941
é chamado para ser recrutado na 3ª companhia de reserva sanitária em Bad
Kissingen pela segunda vez.
Ele mesmo explica:
“Pelas 11 horas, durante a recitação do breviário, recebi a carta: ordem de
convocação. Não disse uma palavra. Continuei rezando. Lentamente começam a
delinear-se diante de mim as consequências. Às 11h30min dirijo-me ao Santuário.
Ninguém dos que encontrei me pediu informações. Ajoelho diante do Santíssimo e
da imagem de graças. Começa uma luta formidável dentro de mim. Que planos tem
comigo a Divina Providência? Há muito tenho o pressentimento de que não viverei
por muito tempo. Também estou consciente do gênero de morte que me espera. Terá
chegado a hora? Será esta a ordem de me preparar para convocação, o primeiro
chamado de Cristo Rei e da Rainha Três Vezes Admirável?” [2]
Neste momento, também
expõe ao Pe. Kentenich suas intenções. O Fundador o orientou a permanecer
absolutamente fiel à MTA, para que tomasse a decisão acertada.
Diante da situação,
refletia sobre o quadro político e a figura do anticristo que Hitler
representava. Para ele, prestar juramento ao nazismo era aliar-se a um
criminoso. Chegou a afirmar “Nossa consciência nos proíbe obedecer a uma
autoridade que só espalha assassinatos e mortes, por causa de sua vontade de
dominar. Não se pode jurar fidelidade a um criminoso” [1].
Age conscientemente e
um dia depois do prazo, nega-se a ser soldado. É, portanto, arrastado e
conduzido ante o tribunal militar de BerlinTegel,
acusado de se negar a
prestar juramento e fidelidade, e de desmoralizar a nação com o seu exemplo.
É condenado à morte e
decapitado a 21 de Agosto de 1942, onde morreu com Cristo e Maria no coração.
“Como cristão e
austríaco, nunca poderei jurar lealdade a um homem como Hitler.”
A decisão de negar obediência a Hitler se consolidou em 1º de março de
1941. Ele mesmo explica: “Pelas 11 horas, durante a recitação do breviário,
recebi a carta: ordem de convocação. Não disse uma palavra. Continuei rezando.
Lentamente começam a delinear-se diante de mim as consequências. Às 11h30min
dirijo-me ao Santuário. Ninguém dos que encontrei me pediu informações. Ajoelho
diante do Santíssimo e da imagem de graças. Começa uma luta formidável dentro
de mim. Que planos tem comigo a Divina Providência? Há muito tenho o
pressentimento de que não viverei por muito tempo. Também estou consciente do
gênero de morte que me espera. Terá chegado a hora? Será esta a ordem de me
preparar para convocação, o primeiro chamado de Cristo Rei e da Rainha Três
Vezes Admirável?” [2]
A luta interna é grande, mas Reinisch vê nesta escolha a forma de
realizar seu apostolado e ideal de vida de forma concreta. A oração e a
reflexão para que tome a decisão correta foram constantes. Neste momento,
também expõe ao Pe. Kentenich suas intenções. O Fundador o orientou a
permanecer absolutamente fiel à MTA, para que tomasse a decisão acertada. Outro
ponto que o levava a refletir é que muitos outros padres realizavam o juramento
a Hitler, pois a própria Igreja não os proibia.
Porém, Reinisch se mantinha irredutível “minha consciência não me
permite obedecer a uma autoridade que só trouxe ao mundo perseguição e chacina.
Em momento alguma ele [Hitler] é autoridade querida por Deus. Por isso, nunca
prestarei juramento a esse governo niilista, que se apoderou do poder pela
violência, pela fraude e pela mentira”. [3]
E assim foi. Em 15 de abril de 1941 ele se apresenta à seção de
recrutas e afirma que não deseja se alistar, vai preso e permanece firme em sua
convicção, mesmo com o processo lento e todas as dificuldades que enfrenta até
a sentença final. Vai à julgamento e, após negar novamente o juramento, é
condenado à morte.
Vítima de amor da MTA
É de Reinisch o famoso texto, conhecido pela Família Internacional de
Schoenstatt através da música Hino de Franz Reinisch. O poema foi composto em 9
de agosto de 1942, na prisão de Tegel, poucos dias antes de sua morte, que
aconteceu em 21 de agosto.
Cantado a plenos pulmões, especialmente pelos jovens da Juventude
Masculina, o texto reflete a entrega de amor do sacerdote, que viveu ao extremo
seu ideal pessoal Viver e morrer como ardoroso Apóstolo de Schoenstatt.
“Tu és o grande sinal, cheio de luz e resplendor do sol,
Toda abrasada pelo amor de Deus!
Eu quisera, Maria, pura donzela, ser por ti inflamado
como chama de amor no pequeno Santuário.
De pé estás junto da cruz, como Rosa da Paixão
grande e silenciosa, pronunciando o teu “sim” ao sacrifício,
porque assim Deus o quer.
Hoje, de novo, Deus chama uma legião de heróis,
por isso, Mãe, me ofereço como vítima de amor
Rainha do Universo, imperturbável na tormenta dos tempos,
destrói a estirpe de Satanás, vencedora na luta.
Dá-me ser teu apóstolo, como cavaleiro aqui estou,
e ao morrer quero dizer sorrindo:
Ó querida MTA!”
E nossa consciência?
O exemplo de Franz Reinisch deve nos levar a uma reflexão profunda. Até
que ponto estou disposto a seguir a Cristo e a Mãe? Quais as situações em que
não fui firme em minhas convicções, cedi aos impulsos do mundo ou me deixei
levar pelo mais fácil?
Falamos tanto sobre a corrupção, problemas sociais e quantas vezes nós
mesmos caímos nas pequenas corrupções do dia a dia. Sigamos o exemplo de
Reinisch e, que, na próxima vez em que cantarmos e vibrarmos ao repetir seu
poema, lembremos exatamente o que ele quis nos ensinar.
Mais informações sobre Franz Reinisch
É possível ler a biografia de Franz Reinisch na obra O Sim e o Sangue.
O resumo de sua vida também pode ser encontrado aqui. Seus restos mortais foram
levados, em 17 de outubro de 1946, para junto do Santuário Original de
Schoenstatt e dos primeiros heróis que o inspiraram. Franz Reinisch está em
processo de beatificação e, no início deste mês a fase diocesana foi concluída.
Referências
[1] CESCA, Olivo. O sim e o Sangue, pág. 37
[2] CESCA, Olivo. O sim e o Sangue, pág. 38
[3] CESCA, Olivo. O sim e o Sangue, pág. 41